sábado, 14 de outubro de 2017

Plantio de Ipê Amarelo em Homenagem à Aurora


08/03/2017 - 16:59

Pais prestam homenagem à filha com plantio de ipê amarelo

O dia 08 de março tem uma simbologia internacional, em virtude do marco na luta feminina pela conquista de direitos e da igualdade, por isso a celebração do Dia da Mulher. Para a estudante Márcia Torres e para o médico Francisco Hélio, a data tem um significado ainda maior. O casal celebraria hoje o primeiro ano de vida da filha, Aurora. Em sua homenagem, eles procuraram o Parque Municipal de Maceió e plantaram, nesta quarta-feira (08), uma muda de ipê amarelo. A partir de agora, a planta se torna uma lembrança especial que vai florescer e recordar a bebê que faleceu ainda na barriga da mãe, três dias antes da data prevista para vir ao mundo.



Márcia e Francisco plantaram uma muda de ipê em homenagem à filha Aurora. Foto: Lucas Alcântara/Ascom Semds
“Todo jardim começa com um sonho de amor”. Esta frase, do escritor Rubem Alves, foi escolhida pelo casal para iniciar a homenagem à filha. Em palavras emocionadas, a mãe descreveu a grandeza dos momentos vividos em pouco tempo por ela e seu marido, desde o casamento até a partida de Aurora. Segundo a mãe, o óbito foi diagnosticado durante a último exame de ultrassom, quando os pais receberam a notícia que frustrou o planejado nascimento. Casados há quase dez anos, eles disseram ter aguardado o momento adequado para conceber a criança.



Plantio de Árvore no Parque Municipal. Foto: Lucas Alcântara/Ascom Semds

“Numa manhã ensolarada de domingo, debaixo de lindas árvores, papai e mamãe se uniram. Você surgiu, fruto desse amor, brilhando como o sol, mas como uma abelhinha, você voou para longe de nós, livre. Você nos alegrou tão brevemente, mas precisava voar. Sua alma leve e pura retornou aos braços do Criador”, leu Márcia Torres.
Sobre a escolha do ipê, a mãe afirmou que não foi à toa e fez a ligação de fatos. A árvore floresce em tom amarelo ouro, a cor do sol. Desta característica, a referência ao nome da criança: em palavras simples, Márcia explicou que Aurora significa o amanhecer, um novo dia, aquela que é clara como o sol. Para viver e florescer, o ipê precisa da luminosidade e, no Parque, assim está. A muda foi plantada em um lugar especial, exposto ao lado de um tronco que abriga bromélias, plantas que são o refúgio do pássaro Pintor Sete Cores, uma espécie rara encontrada na reserva. Para ela, tudo condiz com o objetivo da homenagem: fazer florescer, com os devidos cuidados, o sentimento iluminado trazido pela criança.




O casal seguiu a lenda da árvore Angelin de Morcego e a abraçaram com um pedido. Foto:Lucas Alcântara/Ascom Semds


“Casamos em uma manhã de sol, embaixo de árvores. Nossa ligação com a natureza sempre foi muito grande e queríamos homenagear a nossa Aurora justamente assim: com algo feliz, que não fosse triste. O Parque é um lugar de que gostamos muito e a partir de agora, passaremos a frequentar mais. Vamos ajudar a cuidar do nosso ipê Aurora para fazê-lo florescer. É uma linda lembrança que vamos cultivar”, disse Márcia Torres.
A homenagem foi realizada no Parque Municipal, que está aberto a outras manifestações deste tipo, segundo afirmou a coordenadora da reserva, Karla Gama. “Esta foi a primeira vez que recebemos um pedido deste e o atendemos da melhor forma possível, sobretudo pelo significado. Uma linda homenagem que marcou não somente a vida de Márcia e Francisco, mas também para nós, que estamos diariamente no Parque. Temos diversas áreas para o plantio de mudas e estamos abertos a novas homenagens, como o plantio do ipê Aurora”, explicou.




Hosanna, Hadan, Karla Gama, os pais de Aurora e o pastor que celebrou a homenagem. Foto: Lucas Alcântara/Ascom Semds


Ainda no caminho para o local onde a muda foi colocada, Márcia e Francisco passaram pela trilha onde está a árvore Angelin de Morcego, uma planta de mais de 50 anos considerada a “árvore mãe” que, segundo a lenda, quem a abraça e faz um pedido, é atendido. Os dois assim seguiram o ritual, um momento de descontração diante da emoção que viria a seguir com o plantio do ipê amarelo que batizaram de Aurora.
Do luto à luta
O casal foi ao Parque acompanhado de dois amigos: Hosanna e Hadan Lancaster, que, em abril do ano passado, também perderam o bebê que aguardavam. Juntas, Márcia e Hosanna criaram o Grupo de Apoio à Perda Gestacional e Neonatal Renascer no Facebook. Segundo elas, o grupo foi uma forma encontrada para superar o luto com o apoio de quem passou pela mesma perda.

Um pastor evangélico realizou a celebração durante a homenagem no Parque. Foto: Lucas Alcântara/Ascom Semds
Após o plantio da muda, ao lado de Hosanna e Hadan, os pais de Aurora participaram de um momento religioso com a palavra de um pastor evangélico.

Lucas Alcântara/ Ascom Semds



http://www.maceio.al.gov.br/2017/03/homenagem-no-parque-um-ipe-amarelo-para-florescer-aurora/

Dia Internacional de Sensibilização à Perda Gestacional e Neonatal


Matthew, Zechariah e Hope


Meu nome é Hosanna, tenho 26 anos e essa é a minha história…

Desde infância sempre sonhava no dia que seria mãe. Enquanto algumas meninas pensavam em como seria seu casamento eu já dizia que: “se não casasse, adotaria uma criança de qualquer jeito”, porque o importante era ter filhos. Quase cinco anos atrás quando casei com meu melhor amigo Adão, nunca sonhava que eu seria “uma daquelas” que teria problemas ou perdas. Tenho aprendido que ninguém acha que vai ser uma “dessas”, mas infelizmente acontece bem mais do que imaginamos.

Nos últimos 4 anos tivemos 3 perdas. Duas no inicio de gestação (em Março de 2014, e Fevereiro de 2017). E entre essas duas perdas tive uma perda Neonatal (em Abril de 2016). Como alguém que teve perdas tanto no início como no fim da gestação, posso dizer sem duvidas que são bem diferentes. Uma perda de início de gestação é muito dolorosa! Demais! Bem mais dolorosa do que muitos percebem, pois desde o início amamos aquele bebê. Deixam um impacto enorme em nossas vidas e nunca esqueceremos deles. Meu Matthew e minha Hope sempre serão lembrados e carregados em meu coração. Mas acho quase impossível realmente entender a realidade da perda, da mesma forma que eu vivi, quando é uma perda tardia. Então meu foco hoje será sobre meu filho Zechariah James. Não porque ele seja mais importante que os outros dois que perdi, ou porque o amo mais, mas porque me impactou de uma forma diferente.

Como já mencionei perdi meu primeiro em 2014, então um ano e meio se passaram no qual queríamos engravidar mas não conseguimos (por causa de um desequilíbrio hormonal). Então quando descobri que estava grávida era impossível não nos apegarmos, tínhamos orado por tanto tempo por esse bebê. Foi até em meio dessa espera que escolhemos o nome Zechariah. Pois o nome significa “Deus lembrou de mim” e sabiamos que foi Deus que respondeu nossa oração e nos deu a benção que agora carregávamos.

O que falar sobre minha gestação? No geral foi tranquilo, maravilhoso... Amei cada minuto que tive com nosso filho. Poderia contar sobre a primeira ultrassom ouvindo o bater do seu coração. Sobre como ele era ativo, que de início só via na tela e, com o tempo fui sentindo cada vez mais seus movimentos o dia inteiro. Sobre os enjôos, as mudanças de gostos em comida, como passei quase toda a gestação sem comer um doce se quer porque não gostava nem um pingo deles enquanto grávida. Memórias tão especiais pra mim que sempre guardarei no meu coração.

Fui acompanhada por Doutor Antonio Sergio, e sou muito grata a Deus por ele. Ele realmente cuidou muito bem de mim! Sempre me escutava sem pressa, e tirava todas minhas duvidas.

Ai chegou o grande dia, dia 1 de Abril, 2016. O dia que tudo que parecia estar completamente normal e dentro do controle virou de cabeça para baixo. Começou como um dia normal, fui ver meu doutor, conversamos sobre o próximo passo... Ele escutou o batimento do Zechariah por um bom tempo e o batimento cardíaco dele estava dentro do normal (150). Como já estava com 9 meses ele achou melhor confirmar com uma ultrassom que realmente estava tudo bem.

Literalmente uma hora após estar no consultório do meu doutor, estava fazendo uma ultrassom quase vizinho de onde ele estava. Não precisaram de muito tempo, em questão de poucos minutos estavam me mandando ir para o hospital, pois o batimento cardíaco do Zechariah era de apenas 50 por minuto. Corremos para Unimed onde meu Doutor nos encontrou e fomos logo para cesariana de emergência.

Em meio à toda aquela correria, o medo, e todas as incertezas não poderia deixar de dizer de novo como meu Doutor foi um suporte para mim! Sempre do meu lado me acalmando, e me mantendo informada da melhor forma possível. Tiraram meu filho e levaram imediatamente para a UTI, pois já sabiam que ele estava em estado crítico. Enquanto terminavam a cirurgia comigo meu filho lutava pela a vida dele.

Lembro de estar no corredor do hospital com meu marido, esperando ser transferida para meu quarto, ainda sem saber se meu filho iria sobreviver ou não, quando chegou a nossa mente o Salmos 23 e bem aí começamos a recitá-lo. “...Ainda que eu ande pelo o vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum pois tu estais comigo...” Enquanto isso Zechariah teve 3 ataque cardíacos, e reanimavam ele, porém na 3ª vez ele não resistiu. Ele viveu por quase 3 horas, mas o impacto que deixou em minha vida não poderia ter sido maior se vivesse por 30 anos.

Um fator bem grande em minha história, ou em muitas histórias como a minha, é o estado de choque em que a pessoa fica nessa situação. Têm muitos detalhes que eu queria tanto lembrar, mas não lembro, além de estar recuperando da cesariana, e de ter metade do meu corpo dormente, e de ter acabado de ouvir que meu filho não estava bem, também perdi muito sangue. Em meio de tantos detalhes que mal lembro, ou me contam e eu fico surpresa de não saber; tem uns momentos que nunca na minha vida esquecerei. Está registrado em minha mente de uma forma tão viva que acho que carregarei comigo até a morte. O momento em que vi o meu filho.

Não tive como ver o meu filho até depois da morte dele, depois que permitiram meu marido a banhá-lo e vesti-lo trouxeram meu lindo menino a mim. Nunca vi um menino tão lindo na minha vida, cabelos com cachinhos que puxou do pai, um rosto a cara da mãe. Longo e gordinho, bochechas tão fofas, não parecia um bebê recém nascido e frágil, parecia um bebê forte e lutador. Pesava 4 quilos e media 52 cm.

Já vejo que a dor de uma perda nunca se vai, é uma dor que aprendemos a carregar todo dia conosco. A saudade permanece para sempre, mas aprendemos a lidar com ela. Aprendemos a sorrir quando pensamos neles em vez de chorar. Mas o chorar é necessário, o luto precisa ser vivenciado para que possamos melhorar

Diante disto, muitas pessoas ao ouvirem minha história iriam dizer que ela ainda não tem um final feliz. Pois ate hoje ainda não seguro nenhum filho em meus braços. Mesmo tendo procurado tanto por conceber naturalmente, como por adoção, Deus tem planos maiores pra mim que no momento não incluem filhos. Não quer dizer que nunca terei, só Ele sabe; mas meu final feliz não depende disso, pois já tenho um final feliz.

Meu final feliz é na forma de esperança. Uma esperança que nem toda mãe pode ter, pois sei que por ter aceitado a Cristo como meu Salvador, por ter confiado que Ele, como Deus, veio a esta terra, morreu e ressuscitou para me livrar dos meus pecados e me dar vida eterna,  além disso posso ter 100% de certeza que eu verei meus filhos de novo.
Nem tenho como expressar a minha animação ao pensar no dia que terei esse privilégio de vê-los, abraçá-los e beijá-los.

A Bíblia diz em 1 Tessalonicenses 4:13-18: “Não queremos, porem, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem (morrem), para não vos entristecerdes como os demais, que não tem esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará em sua companhia aos que dorme. Ora ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: Nos, os vivos, os que ficarmos ate a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitaram primeiro; depois, nos os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.”

Sempre sentirei a falta dos meus 3 bebes, e nunca os esquecerei. Mas sou grata a Deus que tenho essa esperança que os verei de novo algum dia no céu.



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